Doenças respiratórias ocupacionais

Doenças respiratórias ocupacionais. As exposições inalatórias em ambientes de trabalho englobam uma gama extensa de agentes com potencial de causar reações ao trato respiratório superior e inferior.

Doença ocupacional é a designação de várias doenças que causem alterações na saúde do trabalhador e que são provocadas pela exposição ocupacional instantânea ou contínua no ambiente de trabalho.

Existem vários tipos de agentes que podem produzir reações adversas ao organismo. Pode ser um agente mecânico como um pó de serragem, poeiras de construção ou ainda a exposição a aerodispersóides de rochas amiantíferas, um agente químico como um gás ou vapor asfixiante, ou ainda um agente combinado como uma fumaça de queima de combustíveis. Algumas causam reações alérgicas, como o pólen das plantas, responsável pela febre do feno e outras ainda podem ajudar a desencadear uma carcinogenicidade ocupacional (mutação ou produção de células modificadas ou tumores).

Outras, como o pó de quartzo e de amianto podem causar cicatrizes permanentes no tecido pulmonar (fibrose pulmonar). Em quantidades relevantes, certas partículas, como o amianto, podem causar cancro nos trabalhadores expostos ao risco.

No Brasil as doenças respiratórias ocupacionais embora muito frequentes, são pouco conhecidas e estudadas pelos órgãos públicos e também pela iniciativa privada. A asma ocupacional, a rinite ocupacional, câncer de pulmão e pneumoconioses estão entre os principais problemas adquiridos ou agravados em ambiente de trabalho devido à exposição a agentes específicos, como a poluição do ar, gases, fumos ou micro e nano partículas nocivas ao sistema respiratório.

As doenças pulmonares de origem ocupacional são causadas pela inalação de partículas, névoas, vapores ou gases nocivos no ambiente de trabalho. O local exato das vias aéreas ou dos pulmões onde a substância inalada irá se depositar e o tipo de doença pulmonar que irá ocorrer dependerão do tamanho e do tipo das partículas inaladas. As partículas maiores podem ficar retidas nas narinas ou nas grandes vias aéreas, mas as menores atingem os pulmões.

Das doenças relacionadas ao trabalho, a asma é a mais comum. A asma ocupacional, por sua vez, é uma doença relacionada a inalação de fumos, gases e poeiras. Estima-se que para cada milhão de brasileiros, 17 possuam asma causada ou agravada por condições de trabalho e 900.000 brasileiros apresentam DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) relacionados ao ambiente de trabalho.

As exposições inalatórias em ambientes de trabalho englobam uma gama extensa de agentes, gases, vapores, névoas, neblinas e aerossóis com potencial de causar reações no sistema respiratório. A falta de medidas corretivas no ambiente é um dos maiores complicadores. E um exemplo de empresa que oferece risco a essas doenças são as que possuem setor de pintura em pulverização que não possuem equipamentos de proteção respiratória (EPR) adequados ao risco, como purificadores PFF, máscaras de cartucho, capuz, e linha de ar, dependendo do risco e do grau de exposição ocupacional.

É preciso que as empresas cumpram seu papel de fiscalizadoras e preventoras em prol de seus funcionários, cabe ao setor de engenharia da empresa a elaboração de um programa de proteção respiratória adequado aos riscos da atividade e possua um PPRA bem elaborado cobrindo os as medidas de proteção coletiva que podem e devem ser tomadas para evitar a exposição desnecessária. Cabe ao técnico de segurança, orientar e promover o cumprimento das normas de segurança através da correta utilização dos equipamentos por parte dos trabalhadores, e aos trabalhadores cabe a obrigação de utilizar os EPRs de maneira adequada e cobrar das empresas que cumpram com as medidas estabelecidas pelo PPR.

Algumas dicas valem a pena:

Avalie os riscos: Identifique os perigos e quais potencialmente são causadores de doenças, são utilizados ou produzidos pela atividade desenvolvida no local de trabalho.

Eliminar ou substituir: Evitar a utilização e a exposição aos agentes alérgenos, substituindo-os por substâncias menos perigosas.

Prevenir a exposição: Se a substituição não for possível, dever-se-á diminuir a concentração, a duração e a frequência da exposição, assim como o número de trabalhadores expostos.

Elaborar um programa de proteção respiratória (PPR):

  • Gerir as emissões na origem;
  • Evitar processos de trabalho com produção de poeiras, aerossóis ou vapores;
  • Utilizar substâncias sob uma forma menos perigosa, por exemplo, granulados ou misturas em vez de pós;
  • Utilizar sistemas fechados de enchimento e transferência, por exemplo, de substâncias em forma de pó ou fibras;
  • Controlar as emissões por meio de encapsulamento, ventilação, exaustores de fumos e outras medidas eficazes utilizadas no local de trabalho;
  • Elaborar um plano de manutenção e limpeza com indicação da periodicidade, dos métodos e do equipamento de limpeza.
  • Utilizar processos úmidos ou aspiradores em vez de vassouras.
  • Utilizar equipamento de proteção respiratória.
  • Cada equipamento de proteção das vias respiratórias deverá ser usado por um trabalhador apenas e nunca deverá ser partilhado.

A empresa deve Informar os trabalhadores sobre:

Os alérgenos respiratórios a que seus trabalhadores estão expostos; As práticas seguras de trabalho; O uso adequado dos equipamentos de proteção respiratória (EPR), incluindo treinamento sobrea utilização, remoção, as restrições aplicáveis ao seu uso, manutenção, guarda adequada bem como a quem devem comunicar problemas respiratórios; Monitorar a exposição e os problemas de saúde com regularidade reavaliando-os, sobretudo em caso de alteração dos métodos de trabalho. Deverão fazer-se exames médicos, caso sejam detectados sintomas respiratórios provavelmente relacionados com o trabalho.

Fonte:

  1. Scielo
  2. Acervo pessoal
  3. Programa de proteção respiratória (PPR) – Fundacentro